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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Peter Singer

                     Peter Singer
                              Biografia de Peter Singer
                   Peter Singer é um dos mais importantes especialistas em ética aplicada, área para cuja revitalização contribuiu decisivamente. Ensinou nas universidades de Oxford, Nova Iorque e Monash, sendo actualmente Professor Catedrático na Universidade de Princeton. Da sua obra destacam-se Marx (1980), Hegel (1983), Libertação Animal (1975; trad. port. 2000), Rethinking Life and Death (1994) e Ethics into Action (1998). É co-autor das obras The Reproduction Revolution (1984), Should the Baby Live? (1985), Embryo Experimentation (1990) e The Great Ape Project (1995). Redigiu o artigo sobre ética da actual edição da Encyclopaedia Britannica e organizou os volumes Applied Ethics (1986), A Companion to Ethics (1991) e Ethics (1994). Deu ainda origem à obra Singer and His Critics (1999), organizada por Dale Jamieson. Em 1992 foi eleito Presidente Fundador da Associação Internacional de Bioética, foi o primeiro Director do Centro de Bioética da Universidade de Monash e é co-director da revista internacional Bioethics. Encontrou ainda tempo para escrever Ética Prática, uma brilhante introdução à ética aplicada, e uma obra de divulgação admirável: How are We to Live? (1995).
            Ética pratica de Peter Singer
Ao longo da história da humanidade os animais têm sido utilizados para muitos fins como a alimentação, teste a vários produtos cosméticos e farmacêuticos, para a satisfação humana em espectáculos e para vestuário. Isto não é motivo de orgulho pois tratamo-los com desprezo e como meras coisas ao nosso dispor.
É suposto serem os melhores amigos do Homem, mas muitas vezes não são tratados como tal. Diariamente os animais são espancados, atirados de pontes, afogados, queimados, mutilados para rituais satânicos e até violados.
Partilhamos o planeta com os outros animais e as nossas acções têm um enorme impacto na vida destes seres. Com um pequeno esforço da nossa parte podemos poupar o sofrimento à muitos animais.
Em qualquer lugar do mundo estão animais a sofrer neste momento, muitas vezes em silêncio e nós podemos, devemos fazer alguma coisa para o impedir. É altura de fazer passar a “lei do mais” forte à história e basearmos as nossas acções na ética e na justiça.
Respeitar os animais significa não os sujeitar a sofrimento desnecessário; significa deixá-los viver de acordo com as suas necessidades e os seus instintos naturais.


Especismo

“Os animais não têm consciência de si e existem apenas como meio para um fim. Esse fim é o Homem.”
Kant

Desenvolveu-se na humanidade uma ideia de espécie superior, sendo o Homem como ser pensante, falante o superior e por esse motivo oprimimos os animais por não pertencerem à mesma espécie. O problema é que eles, como nós, sentem, sofrem e se o nosso sofrimento é digno de consideração moral (Declaração Universal dos Direitos Humanos) por que não o dos animais ser de maneira igual?
Peter Singer, filosofo do século XXI, apresenta uma teoria onde defende que os animais têm, tal como os seres humanos, o direito de não sofrer. Diz que não devemos fazer aos animais aquilo que não queremos que nos façam a nós. Singer defende a igualdade de direito entre humanos e animais e denuncia o especismo – julgamos por os animais não serem humanos são inferiores.
Tom Regan foi igualmente importante neste assunto. Regan diz que temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos-de-uma-vida, independentemente do valor que possamos atribuir a esse ser. Os animais não humanos têm direitos, logo têm de ser respeitados. Regan defende também uma ética inter específica onde se reconheça a pertença de grande parte das espécies animais a uma mesma comunidade moral, ou seja, que existem indivíduos que não são agentes morais pois não cumprem os requisitos, como as crianças e deficientes, são pacientes morais e neste grupo devessem incluir os animais.
Singer e Regan foram dois filósofos importantes neste assunto; não se limitaram a dizer que devíamos ter pena dos animais mas que temos obrigações morais a seu respeito, que temos de ter em conta o conceito de igualdade e que este deve ser aplicado a todos os seres com interesses, que são capazes de experimentar prazer e dor. O sofrimento é condição necessária para ter interesses.
Julgar que a nossa vida e interesses têm maior valor por sermos de raça humana, é moralmente errado, é especismo.
Os animais não têm muitas capacidades mas muitos seres humanos também não e mesmo assim não dizemos que têm menor valor, menos direito. Os animais têm valor interno, são sujeitos-de-uma-vida com experiências. Eles são tratados rotineira e sistematicamente como se o seu valor fosse reduzido, são um dos nossos recursos renováveis.  

“ É possível que um dia se reconheça que o número de pernas, viscosidade da pele ou terminação do osso sacrum são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser sensível ao mesmo destino.”
Benthem

Sofrimento

O ser vivo apenas deve temer uma coisa: o sofrimento, a dor. Então por que praticar a violência e maus-tratos nos outros se isso causa sofrimento? Os animais também sentem, também sofrem.  


 
Jardins Zoológicos
Muitas famílias visitam zoos mas esquecem-se que estes não são mais do que meros espaços de aprisionamento e sofrimento animal.
Como centros de recuperação, os zoos não são a melhor escolha, pois ficam sempre localizados dentro dos grandes centros populacionais. O seu papel nesta mesma recuperação é bastante questionável pois com o aparecimento dos zoos muitas espécies entraram em perigo de extinção devido à caça excessiva precisamente para poderem estar enjaulados e serem aí objectos de museu.
Os zoos são um negócio e não oferecem nenhum tipo de pedagogia sobre os animais em exposição, pois os seus comportamentos são tudo menos naturais. Uma maneira autêntica de recuperar e preservar animais é com a criação de santuários sem fins lucrativos, com o acesso proibido ao público e situados nos habitats naturais donde os animais provêm. Só assim se pode desenvolver um trabalho eficaz de recuperação.

Touradas
A manipulação começa na criação dos touros; a reprodução é monitorizada para que sejam preferidos os animais mais lentos, simples e previsíveis. Mais tarde, quando vão ser utilizados em touradas, os cornos dos animais são cortados, o que implica que fiquem sem uma das suas principais defesas o que cria dor e castração psicológica.
A tortura por que os touros passam não começa nem acaba na arena. Antes do espectáculo são, muitas vezes, administradas drogas hipnóticas, tranquilizantes e substâncias paralisadoras. Na arena são utilizados vários utensílios como espadas e punhais que perfuram a carne do touro causando a sua morte. E não são os touros os únicos animais a sofrer nas arenas, os cavalos utilizados nos espectáculos sofrem inúmeros ferimentos.

Rodeios
Os rodeios dividem-se em várias categorias, desde laçadas de bezerros, montadas de cavalos, montadas e lutas a pé com bois, até mesmo largadas de bois perseguidos por cães de “combate”.
A natureza destas actividades é extremamente violenta e agressiva e os animais sofrem muitas vezes lesões gravíssimas. Para ficarem agitados os animais são estimulados com varas eléctricas, esbofeteados e pontapeados. Tudo isto faz com que o animal salte de dor.
Antes e depois dos rodeios a vida destes animais é um verdadeiro tormento. São forçados a aguentar viagens constantes em condições antinaturais. Os compartimentos são sempre mal ventilados e a alimentação não é regular.
Os rodeios são espectáculos cobardes e cruéis, tal como as touradas, e estão ligados à indústria alimentar gerando sofrimento, tortura e profundo desrespeito pelo direito à vida animal.

Luta de cães
As lutas de cães são eventos bárbaros que revelam mais uma faceta do ser humano violento, cruel e insensível. Os combates são levados ao extremo da resistência dos animais e terminam quase sempre com a morte de um deles, que é o objectivo do próprio evento.
Estes animais tornam-se autênticas máquinas de matar que não recuam perante qualquer perigo, como seria natural segundo o seu instinto animal de protecção. A procura de um campeão começa nas ninhadas onde são escolhidos apenas aqueles que revelem desde início alguma agressividade, sendo os restantes muitas vezes mortos para evitar gastos excessivos na sua criação.

Corrida de cavalos
A indústria das corridas de cavalos pretende transmitir uma imagem do cavalo de corrida que é amado, no entanto é ocultado os terríveis desafios por que os cavalos são obrigados a passar, a dureza dos treinos, as exigências.
A forma e estrutura do corpo atravessam diversas mudanças e os cavalos morrem devido a pernas partidas, coluna partida, pescoço e pélvis partidos, ferimentos fatais na espinal-medula, exaustão, ataque cardíaco e rebentamento de vasos sanguíneos nos pulmões. Eles não têm escolha, são obrigados a participar nas corridas e sofrem constante agressão por parte do jóquei.  

Caça

O Homem é o único animal que mata por prazer e sem que essa pratica seja moralmente condenada.
Desde os princípios da humanidade que o homem caça para sobreviver mas antigamente isso era feito de uma maneira que honrava as características do animal pois o homem podia incluir-se na cadeia alimentar, ou seja, podia igualmente perder a vida.
Nos nossos dias, o homem não caça; o homem mata e fá-lo sem o mínimo respeito pelos animais, usa-os como simples treino de pontaria ou como forma de obter uma boa foto ao lado dos seus despojos, para assim dar aos amigos uma ideia da sua superioridade e valentia. É por puro egoísmo e covardia.
A pesca desportiva é igualmente cruel pois os peixes são tratados de forma chocante. Assim que mordem o anzol, a boca dos peixes é perfurada, depois é removido com o peixe ainda vivo e por último o animal é largado para morrer asfixiado. Apesar de não emitirem gemidos nem exprimirem tão claramente o seu sofrimento através de expressões faciais, os peixes possuem o mesmo tipo de terminações nervosas e o mesmo tipo de moléculas transmissoras e bloqueadoras de dor.

Experimentação animal

O Homem deve sempre um espírito curioso o que levou à vontade de descobrir coisas acerca do mundo vivo no qual habita tendo como objecto de experimentação animais vivos.
Testa produtos cosméticos, de higiene, produtos alimentares, medicamentos, desinfectantes, em animais. Testa na esperança de encontrar a cura para o cancro, diabetes, o HIV…mas os resultados continuam sem aparecer. Isto todo por que o corpo humano pode ter parecenças a nível estrutural e orgânico, mas a nível celular, genético e bioquímico a diferença é grande e perfeitamente conhecida. Então, por que continuar a procurar a curar do cancro em ratos? Se se propuséssemos a testar em voluntários humanos teríamos provavelmente melhores resultados.
Existem métodos eficazes de testar a nível de cultura de células e órgãos in vitro, fazer estudos em cadáveres humanos, simulações computacionais e estudos epidemiológicos nas populações. No entanto, estes ou são caros ou desapropriados para elaborar extensos relatórios que justificam investimentos e carreiras.
Algumas experimentações permitiram conceber vacinas que salvaram muitas vidas humanas, mas outras consistiram simplesmente para verificar a cor de um bâton ou de cremes de beleza que custaram mais de 200 milhões de sacrifícios.

Peles

A caça com armadilhas é um dos métodos de captura de animais com a finalidade de aproveitar a sua pele e pêlo. Os animais passam dias, semanas em agonia antes de finalmente morrerem e muitos chegam a roer os seus próprios membros na tentativa de se salvarem, de escapar. Muitos são apanhados em vão pois não servem para a respectiva indústria.
Outro dos métodos utilizados pela indústria das peles é a criação de animais em cativeiro onde os animais sofrem de perturbações comportamentais, como movimentos repetitivos e constante abanar de cabeças. Eles são mantidos em jaulas de arame, expostos à chuva, ao frio ou ao calor. Muitas das vezes as próprias mães chegam a matar as suas crias numa tentativa de as proteger ou simplesmente por que já nem têm consciência devido ao quão perturbadas se encontrarem.

 
Vegetarianismo
A forma mais directa de contacto com membros de outras espécies é à hora das refeições quando os comemos. Por que não modificar os nossos hábitos alimentares?
Não há qualquer desculpa para uma pessoa que se considere um ser humano ético, um “amigo dos animais”, e que suporte este tipo de práticas onde se transformam animais em produtos alimentares. Sempre que o Homem se senta para comer toma uma decisão sobre quem é no mundo. O vegetarianismo é uma área onde todos e cada um de nós pode fazer a diferença de cada vez que se senta para comer.   
É fácil manter um estilo de vida saudável e isento de crueldade. Permitindo ao ser humano caminhar por um caminho de paz, harmonia e equilíbrio consigo e com o meio que o rodeia.
O Vegetarianismo é muito para além de uma mera questão de dieta, é uma forma de  bem estar com a vida excluindo todas as formas de exploração e crueldade contra os outros animais. Os vegetarianos escolhem viver de uma forma menos cruel e caridosa em relação aos outros animais sendo totalmente contra a sua morte ou qualquer tipo de exploração animal.

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