Moral é entendida como um conjunto de normas e regras, ética é entendida como a ciência da moral. As duas são atitudes que vão ser feitas pelo homem e classificadas como boa ou ruim pela sociedade. As coisas que são feitas pelo seres humano, é que vai diferenciar quando são atitudes certas ou erradas e, será julgada pelos demais membros formadores da humanidade que convivem em sociedade. a) Deus como origem ou fonte da moral: Existindo um deus punidor, que vai punir e fazer mal para aquelas pessoas que não obedecem às leis divinas que são uma das formas de moral, porque impõem uma lei ou uma ordem para ser obedecida.b) Natureza como origem ou fonte da moral?Fazem com que o homem seja considerado humano, através das suas atitudes e ações com outros seres humanos da mesma espécie.c) O homem (ou homem em geral) como origem e fonte da moral:Se tiver consciência, e pensar, andar de pé, raciocinar e se familiarizar com outros seres humanos pode dar início ao pensamento de analisar as conseqüências de suas atitudes e assim formar a moral.
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Etica e moral
Ética e Moral
Moral é entendida como um conjunto de normas e regras, ética é entendida como a ciência da moral. As duas são atitudes que vão ser feitas pelo homem e classificadas como boa ou ruim pela sociedade. As coisas que são feitas pelo seres humano, é que vai diferenciar quando são atitudes certas ou erradas e, será julgada pelos demais membros formadores da humanidade que convivem em sociedade. a) Deus como origem ou fonte da moral: Existindo um deus punidor, que vai punir e fazer mal para aquelas pessoas que não obedecem às leis divinas que são uma das formas de moral, porque impõem uma lei ou uma ordem para ser obedecida.b) Natureza como origem ou fonte da moral?Fazem com que o homem seja considerado humano, através das suas atitudes e ações com outros seres humanos da mesma espécie.c) O homem (ou homem em geral) como origem e fonte da moral:Se tiver consciência, e pensar, andar de pé, raciocinar e se familiarizar com outros seres humanos pode dar início ao pensamento de analisar as conseqüências de suas atitudes e assim formar a moral.
Moral é entendida como um conjunto de normas e regras, ética é entendida como a ciência da moral. As duas são atitudes que vão ser feitas pelo homem e classificadas como boa ou ruim pela sociedade. As coisas que são feitas pelo seres humano, é que vai diferenciar quando são atitudes certas ou erradas e, será julgada pelos demais membros formadores da humanidade que convivem em sociedade. a) Deus como origem ou fonte da moral: Existindo um deus punidor, que vai punir e fazer mal para aquelas pessoas que não obedecem às leis divinas que são uma das formas de moral, porque impõem uma lei ou uma ordem para ser obedecida.b) Natureza como origem ou fonte da moral?Fazem com que o homem seja considerado humano, através das suas atitudes e ações com outros seres humanos da mesma espécie.c) O homem (ou homem em geral) como origem e fonte da moral:Se tiver consciência, e pensar, andar de pé, raciocinar e se familiarizar com outros seres humanos pode dar início ao pensamento de analisar as conseqüências de suas atitudes e assim formar a moral.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Noticias
Noticias sobre Aristoteles
Seria possível a vida sem regras. Autores antigos e clássicos teorizarão a respeito. Existe o homem em estado natural desprotegidos de preceitos? Meu ídolo de adolescência o cantor Raul Seixas fazia apologia do individualismo exacerbado dizia “você é tudo da lei.” Conceito inserido no homem no seu estado natural. Totalmente utópico o homem em sociedade sem o labirinto das leis. O filosofo Aristóteles dizia “que a lei é a razão despregada da paixão.” Começa aí um retratado do homem governado por regras. Um mundo sustentado por leis insere a história humana para ficar. Contrário aos ímpetos narcísicos nasce o homem social.
Retirar do interior humano um mar sem redes parece uma tarefa hercúlea.
Nosso interior natural é de desejos infinitos, paixões cegas e interesses incontidos. Com esses adjetivos naturais seria concebível uma sociedade funcional? Logicamente que não. Começou varrerem do interior humano seu conteúdo narcísico, impondo barreiras regradas, contendo seus impérios individualistas. O homem social é um artificialismo ao caso que o homem sem regras, apesar de utópicas seria o individuo em seu estado puro. Por isto as regras dentro do mundo social muitas vezes são transgredidas e não obedecidas. Conter os ímpetos venenosos que contamina a sociedade e reside no antro de nossa arquitetura comportamental, absolutamente é impossível. Camuflar o mundo subterrâneo dos ilícitos exige controle social proporcional ao potencial criminoso. Regras são impostas e muitas vezes o alvo não é atingido. Homens atuam na periferia da criminalidade, congestionando o mundo da torpeza humana.
Hoje à medida que o homem começa a dar sobressaltos vigorosos de ilicitude no seu destino de sonhos desenfreados vem o excesso de regras para voltar sua atenção que é melhor darem passos comedidos e para frente do que sobrevoar as alturas com asas dos ilícitos.
Existe no mundo contemporâneo proveniente de preceitos constitucionais um modo de produzir direitos. São as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decreto legislativo e medidas provisórias. Houve um fortalecimento descomunal do executivo, trazendo os desequilíbrios. Leis delegadas e medidas provisórias são as novas intromissões do executivo na feitura da lei.
Leis delegadas apesar de ser uma solicitação que o chefe do executivo faz ao legislativo e ser supervisionada pelo próprio legislativo são prerrogativas generosas que extrapola as funções executivas. Medidas provisórias é uma imposição legal excessivamente prejudicial a harmonia dos poderes. Apesar da urgência e relevância que são seus critérios definidores muitas vezes vêm camuflados de interesses viciosos políticos.
Sua sistematização é autoritária e sua necessidade limitada. Sua pungência contamina a boa convivência dos três poderes. Para fortalecer ainda mais o executivo existe ainda o regulamento.
É no legislativo o estado natural da fabricação das leis, onde o que vimos é uma superposição do executivo, exacerbando a autonomia legislativa, retirando do legislativo sua função predominante.
A história da lei confunde com a história do homem. Os purismos das funções predominantes nos três poderes no seu estado nativo foram totalmente deturpados com o avanço do tempo. O pragmatismo do poder está construindo uma nova historia, fortalecendo demasiadamente o executivo, enfraquecendo o legislativo e o judiciário. Esta hipertrofia do poder é de tamanha magnitude que este clássico modelo distancia de sua formação inicial. Hoje os dois poder judiciário e o legislativo parecem apêndices do poder executivo. A situação é preocupante e em nome da funcionalidade sacrificou demasiadamente a predominância original da partilha dos três poderes.
Sabemos que os impérios da lei não podem transformar em castelos de areia. O homem é produto da lei e resultados de seus efeitos. É impossível uma sociedade sem lei. Nosso destino humano está amordaçado dentro do labirinto legal. A lei liberta interesses humanos de seus egoísmos, prende a paixão a racionalidade, contamina a liberdade de vocacionalidade libertária. Aproxima as margens do rio e leva o homem para posar em solo solido onde as racionalidades sobrepõem à paixão e contamina de atitudes defenestrada.
O império da lei deve ser evidente para o homem partilhar suas virtudes, enterrar sua sordidez e passar para geração futura um legado de como ser vencedor dentro de uma sociedade, seguindo os parâmetros legais. O homem do futuro será o mesmo do homem passado o que muda é a eficiência da lei para sepultar a sordidez humana e fazer aflorar as virtudes que muitas vezes ficam retidas em muralha fortificadora de depósitos congênito de defeitos marginais, envenenando o habitat natural do ser humano.
Noticia sobre Kant
Margarida Rebelo Pinto confessou na FNAC Chiado que um dos seus maiores prazeres como «leitora compulsiva» é conhecer, tropeçar, descobrir um novo autor. E foi isso que aconteceu quando leu «A Sabedoria Infinita de Harriet Rose», da ex-manequim britânica Diana Janney, editado entre nós pela Arcádia. A inteligência presente no livro cativou Rebelo Pinto, que assegurou que a obra é lida sempre com um sorriso nos lábios, pois nas suas folhas encontramos o inigualável humor britânico, «algo tão apreciado por nós, portugueses».
«´Pensamento trinta e três´, disse eu, e comecei a ler:
Uma vez perdi uma corrida quando a tinha vencido.
Aprendi que a vida raramente é justa.
Observei enquanto faziam dos perdedores vencedores,
Fingindo que não me importava.
Saboreei a beleza da vitória.
Provei a alegria do sucesso.
Deliciei-me com o falhanço dos rivais
Procurei a perfeição, nada menos.
Mas agora que me fazem vencedora
Hesito enquanto aplaudem.
Ganhar pode ser perder por vezes.
A perfeição com defeito é preferível.
Por isso digam -me que ganhei, mas com cautela.
Lembrem -me dos outros que perderam.
E todos esperaremos pela última cortina
Que nos ensinará o que implicou ganhar»
Foi com esta passagem do livro que Margarida Rebelo Pinto terminou (e resumiu) a sua apresentação, sublinhando o prazer que sentiu com a leitura de «A Sabedoria Infinita de Harriet Rose»: «Gosto de livros que fazem rir e ensinam ao mesmo tempo». Essas duas características, fazer rir e ensinar, são as principais do livro e criam «laços de empatia imediatas com a autora».
«´A Sabedoria Infinita de Harriet Rose` é um romance muito divertido sobre uma teenager de 14 anos em Londres, que, de um dia para o outro, fica famosa devido à publicação dos seus pensamentos. A edição do livro foi uma prenda da mãe e da avó, que passam a ser as suas agente e directora comercial.»
Rebelo Pinto salientou «a subtileza e a elegância» da história, uma história bem construída que tem tudo para seduzir os leitores, advogou, justificando a opinião com a sua própria experiência como autora.
«Não é uma boa campanha publicitária ou um título e uma capa pomposa que vendem um livro. Isso ajuda, mas o essencial é o seu interior. E, em ´A Sabedoria Infinita de Harriet Rose`, temos um enorme conteúdo, um livro inteligente e muito divertido.»
«O que fica neste livro é a auto-crítica, a auto-análise de Harriet Rose, que procura sempre retirar lições de vida sobre o que está a acontecer, mas sempre com humor e um sorriso na cara, sem se tornar chata como por vezes são os adolescentes», concluiu Margarida Rebelo Pinto antes de ler o trecho com que terminou a sua apresentação.
«´Pensamento trinta e três´, disse eu, e comecei a ler:
Uma vez perdi uma corrida quando a tinha vencido.
Aprendi que a vida raramente é justa.
Observei enquanto faziam dos perdedores vencedores,
Fingindo que não me importava…»
Noticias sobre Peter Singer
Entrevista com Peter Singer (português)Por Peter Singer 13/11/2001 às 18:09
Seria possível a vida sem regras. Autores antigos e clássicos teorizarão a respeito. Existe o homem em estado natural desprotegidos de preceitos? Meu ídolo de adolescência o cantor Raul Seixas fazia apologia do individualismo exacerbado dizia “você é tudo da lei.” Conceito inserido no homem no seu estado natural. Totalmente utópico o homem em sociedade sem o labirinto das leis. O filosofo Aristóteles dizia “que a lei é a razão despregada da paixão.” Começa aí um retratado do homem governado por regras. Um mundo sustentado por leis insere a história humana para ficar. Contrário aos ímpetos narcísicos nasce o homem social.
Retirar do interior humano um mar sem redes parece uma tarefa hercúlea.
Nosso interior natural é de desejos infinitos, paixões cegas e interesses incontidos. Com esses adjetivos naturais seria concebível uma sociedade funcional? Logicamente que não. Começou varrerem do interior humano seu conteúdo narcísico, impondo barreiras regradas, contendo seus impérios individualistas. O homem social é um artificialismo ao caso que o homem sem regras, apesar de utópicas seria o individuo em seu estado puro. Por isto as regras dentro do mundo social muitas vezes são transgredidas e não obedecidas. Conter os ímpetos venenosos que contamina a sociedade e reside no antro de nossa arquitetura comportamental, absolutamente é impossível. Camuflar o mundo subterrâneo dos ilícitos exige controle social proporcional ao potencial criminoso. Regras são impostas e muitas vezes o alvo não é atingido. Homens atuam na periferia da criminalidade, congestionando o mundo da torpeza humana.
Hoje à medida que o homem começa a dar sobressaltos vigorosos de ilicitude no seu destino de sonhos desenfreados vem o excesso de regras para voltar sua atenção que é melhor darem passos comedidos e para frente do que sobrevoar as alturas com asas dos ilícitos.
Existe no mundo contemporâneo proveniente de preceitos constitucionais um modo de produzir direitos. São as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decreto legislativo e medidas provisórias. Houve um fortalecimento descomunal do executivo, trazendo os desequilíbrios. Leis delegadas e medidas provisórias são as novas intromissões do executivo na feitura da lei.
Leis delegadas apesar de ser uma solicitação que o chefe do executivo faz ao legislativo e ser supervisionada pelo próprio legislativo são prerrogativas generosas que extrapola as funções executivas. Medidas provisórias é uma imposição legal excessivamente prejudicial a harmonia dos poderes. Apesar da urgência e relevância que são seus critérios definidores muitas vezes vêm camuflados de interesses viciosos políticos.
Sua sistematização é autoritária e sua necessidade limitada. Sua pungência contamina a boa convivência dos três poderes. Para fortalecer ainda mais o executivo existe ainda o regulamento.
É no legislativo o estado natural da fabricação das leis, onde o que vimos é uma superposição do executivo, exacerbando a autonomia legislativa, retirando do legislativo sua função predominante.
A história da lei confunde com a história do homem. Os purismos das funções predominantes nos três poderes no seu estado nativo foram totalmente deturpados com o avanço do tempo. O pragmatismo do poder está construindo uma nova historia, fortalecendo demasiadamente o executivo, enfraquecendo o legislativo e o judiciário. Esta hipertrofia do poder é de tamanha magnitude que este clássico modelo distancia de sua formação inicial. Hoje os dois poder judiciário e o legislativo parecem apêndices do poder executivo. A situação é preocupante e em nome da funcionalidade sacrificou demasiadamente a predominância original da partilha dos três poderes.
Sabemos que os impérios da lei não podem transformar em castelos de areia. O homem é produto da lei e resultados de seus efeitos. É impossível uma sociedade sem lei. Nosso destino humano está amordaçado dentro do labirinto legal. A lei liberta interesses humanos de seus egoísmos, prende a paixão a racionalidade, contamina a liberdade de vocacionalidade libertária. Aproxima as margens do rio e leva o homem para posar em solo solido onde as racionalidades sobrepõem à paixão e contamina de atitudes defenestrada.
O império da lei deve ser evidente para o homem partilhar suas virtudes, enterrar sua sordidez e passar para geração futura um legado de como ser vencedor dentro de uma sociedade, seguindo os parâmetros legais. O homem do futuro será o mesmo do homem passado o que muda é a eficiência da lei para sepultar a sordidez humana e fazer aflorar as virtudes que muitas vezes ficam retidas em muralha fortificadora de depósitos congênito de defeitos marginais, envenenando o habitat natural do ser humano.
Noticia sobre Kant
Margarida Rebelo Pinto seduzida pela jovem Harriet Rose
Texto: Pedro Justino Alves
Texto: Pedro Justino Alves
Margarida Rebelo Pinto confessou na FNAC Chiado que um dos seus maiores prazeres como «leitora compulsiva» é conhecer, tropeçar, descobrir um novo autor. E foi isso que aconteceu quando leu «A Sabedoria Infinita de Harriet Rose», da ex-manequim britânica Diana Janney, editado entre nós pela Arcádia. A inteligência presente no livro cativou Rebelo Pinto, que assegurou que a obra é lida sempre com um sorriso nos lábios, pois nas suas folhas encontramos o inigualável humor britânico, «algo tão apreciado por nós, portugueses».
«´Pensamento trinta e três´, disse eu, e comecei a ler:
Uma vez perdi uma corrida quando a tinha vencido.
Aprendi que a vida raramente é justa.
Observei enquanto faziam dos perdedores vencedores,
Fingindo que não me importava.
Saboreei a beleza da vitória.
Provei a alegria do sucesso.
Deliciei-me com o falhanço dos rivais
Procurei a perfeição, nada menos.
Mas agora que me fazem vencedora
Hesito enquanto aplaudem.
Ganhar pode ser perder por vezes.
A perfeição com defeito é preferível.
Por isso digam -me que ganhei, mas com cautela.
Lembrem -me dos outros que perderam.
E todos esperaremos pela última cortina
Que nos ensinará o que implicou ganhar»
Foi com esta passagem do livro que Margarida Rebelo Pinto terminou (e resumiu) a sua apresentação, sublinhando o prazer que sentiu com a leitura de «A Sabedoria Infinita de Harriet Rose»: «Gosto de livros que fazem rir e ensinam ao mesmo tempo». Essas duas características, fazer rir e ensinar, são as principais do livro e criam «laços de empatia imediatas com a autora».
«´A Sabedoria Infinita de Harriet Rose` é um romance muito divertido sobre uma teenager de 14 anos em Londres, que, de um dia para o outro, fica famosa devido à publicação dos seus pensamentos. A edição do livro foi uma prenda da mãe e da avó, que passam a ser as suas agente e directora comercial.»
Rebelo Pinto salientou «a subtileza e a elegância» da história, uma história bem construída que tem tudo para seduzir os leitores, advogou, justificando a opinião com a sua própria experiência como autora.
«Não é uma boa campanha publicitária ou um título e uma capa pomposa que vendem um livro. Isso ajuda, mas o essencial é o seu interior. E, em ´A Sabedoria Infinita de Harriet Rose`, temos um enorme conteúdo, um livro inteligente e muito divertido.»
E é capaz de ser verdade, já que, enquanto Diana Janney lia fragmentos da sua obra para a assistência, o marido Alistair, que filmava a apresentação para mais tarde recordar com os filhos e netos («Aqui é a mãe/avó a apresentar o seu livro em Lisboa, num inigualável fim de tarde no Chiado»…), não conseguia conter o riso, apesar de estar nestas andanças há mais de dois anos, quando o livro foi editado em Inglaterra (certamente quando os filhos e netos virem a gravação irão reclamar da realização e queixar-se das trepidações…).
«Além do humor, o livro apresenta ensinamentos filosóficos, mas sempre de forma simples para o leitor, nada entediantes e cansativos. Há várias reflexões onde notamos um notável background de filosofia.»
Background porque Diana Janney, uma amante do xadrez, é pós-graduada em Filosofia na University College London. Em Inglaterra o livro foi inclusive comparado por alguns a «O Mundo de Sofia», de Jostein Gaarder, uma comparação algo descabida para uma grande maioria, já que, em «A Sabedoria Infinita de Harriet Rose», não há profundas reflexões e teorias filosóficas, apesar de Harriet ser influenciada por filósofos como Kant, Descartes, Heráclito e, claro, Marcus Aurelius, o seu preferido.
Janney assegura que não se inspirou em si própria para criar Harriet Rose, embora admita partilhar algumas paixões e traços da sua personalidade («Assim como acontece com a família de Rose, que espero que tenha algo da minha mãe e da minha avó.»). A autora acredita que o seu livro pode servir de inspiração para os mais novos, já que a personagem principal evita, foge do êxito. «Ela não pretende ser famosa, não quer chegar a nenhum lado em especial», uma postura que se afasta daquilo que vivemos hoje em dia, em que a sede de sucesso dita as suas muitas vezes nada aconselháveis leis. «O que fica neste livro é a auto-crítica, a auto-análise de Harriet Rose, que procura sempre retirar lições de vida sobre o que está a acontecer, mas sempre com humor e um sorriso na cara, sem se tornar chata como por vezes são os adolescentes», concluiu Margarida Rebelo Pinto antes de ler o trecho com que terminou a sua apresentação.
«´Pensamento trinta e três´, disse eu, e comecei a ler:
Uma vez perdi uma corrida quando a tinha vencido.
Aprendi que a vida raramente é justa.
Observei enquanto faziam dos perdedores vencedores,
Fingindo que não me importava…»
Noticias sobre Peter Singer
Entrevista com Peter Singer (português)Por Peter Singer 13/11/2001 às 18:09
Entrevista com o filósofo Peter Singer, um dos mais importantes teóricos dos direitos dos animais. Entrevista publicada em 2000 na revista de filosofia portuguesa "Crítica".
Peter Singer
Um Sócrates para o século XXI
Desidério Murcho
Peter Singer é um homem perigoso. Como Sócrates, não se inibe de pôr em causa as nossas ideias mais queridas: a ideia de que a vida é sagrada, o especismo, que nos faz excluir os animais da esfera da moral como o racismo excluía os negros, e a ideia de que temos o direito a jantar tranquilamente no Ritz quando há pessoas a morrer de fome que podíamos ajudar com esse dinheiro. Singer doa 1/3 do seu rendimento à ajuda aos famintos do mundo. Não come animais. Esta coerência socrática torna-o incómodo. Claro.
Dá aulas com a polícia à porta, para os manifestantes não o impedirem de leccionar. É acusado de ser Nazi, mas é na verdade um filósofo de esquerda, que luta incansavelmente em prol da liberdade e da igualdade. Foi impedido de falar na Alemanha e na Áustria. É autor de uma vasta bibliografia filosófica na área da ética aplicada. Publicam-se agora em Portugal pela primeira vez duas obras clássicas do autor: a Ética Prática, na Gradiva, e a Libertação Animal, na Via Optima. Esteve em Lisboa em Junho de 2000, para proferir uma conferência.
Para as pessoas que encaram a filosofia como uma actividade completamente apartada da vida quotidiana, a expressão "ética aplicada" parece uma contradição. Pode dizer-nos o que é a ética aplicada e como encara a filosofia?
A filosofia é o estudo daquelas questões últimas, sobre a natureza do mundo e como devemos agir, para as quais não há qualquer método científico para encontrar respostas. A ética é o ramo da filosofia que se dedica a questões sobre valores, juízos morais e como devemos conduzir a nossa vida. Apesar de parte da discussão destas matérias ser conduzida a um nível bastante abstracto, no que diz respeito à natureza do juízo moral e no que diz respeito a teorias gerais que possam guiar a nossa conduta, é também possível aplicar estas teorias a questões mais práticas, com as quais nos confrontamos realmente nas nossas vidas quotidianas. É isto a ética aplicada.
Significa isto que a ética aplicada é de algum modo uma investigação empírica?
A ética aplicada só pode ser estudada possuindo um conhecimento adequado dos factos relevantes; por isso, tem de se apoiar na investigação empírica e por vezes os próprios especialistas em ética aplicada podem conduzir uma investigação empírica considerável (como eu fiz quando, para o meu livro "Libertação Animal", investiguei as condições de vida dos animais criados em quintas, por exemplo). Mas a ética aplicada não é em si uma investigação empírica.
O seu trabalho na ética aplicada foi crucial para estabelecer a respeitabilidade académica desta área. Como encara o desenvolvimento da ética aplicada desde que começou a trabalhar na área?
Estou muito contente com o seu desenvolvimento. Virtualmente todos os departamentos de filosofia do mundo de língua inglesa, e mesmo de outros países — por exemplo, Alemanha, Itália, Dinamarca, Suécia, Israel, Japão, Hong Kong, Singapura e outros — ensinam agora ética aplicada. A disciplina é bem recebida pelos estudantes. Além disso, há uma bibliografia académica enorme na área, que conta com um elevado número de livros e revistas, coisa que não existia há 30 anos, quando eu era estudante.
Para algumas pessoas, as suas conclusões não são persuasivas, apesar de serem incapazes de contra-argumentar. Num certo sentido, sentem que o que se estabelece recorrendo à argumentação racional deixa muita coisa de fora. Como reage a esta posição?
Em primeiro lugar, deixe-me dizer que apesar de eu pensar que a argumentação racional é essencial para justificar as nossas decisões, não me inclino nada a ignorar as emoções. As emoções são muito importantes e têm de ser levadas em conta por qualquer teoria adequada de como devemos agir. A própria teoria não seria racional se ignorasse uma parte tão central das nossas vidas. À parte isso, penso que o ónus da prova pertence às pessoas a que se refere; serão elas que terão de dizer o que está errado no que defendo. Como poderemos decidir de outra maneira?
Elas dirão provavelmente que as escolhas éticas têm de se guiar não pela razão e pela argumentação, mas pela emoção e pelos sentimentos religiosos. Elas pensam que a argumentação e a razão não é suficiente para estabelecer práticas éticas.
Mas a emoção também não. Acho que foi Goering que disse o seguinte, a alguém que lhe apresentou um contra-argumento: "Eu penso com o meu sangue". Se rejeitamos a razão, as emoções de Goering tornam-se irrefutáveis.
No livro "Rethinking Life and Death" procura mostrar que os princípios éticos que herdámos estão desajustados do mundo real, em parte devido a desenvolvimentos tecnológicos que conseguem manter as pessoas em coma durante anos, por exemplo. Mas não será que uma revisão dos nossos princípios éticos é algo de perigoso e que devemos recear?
Nós estamos, em qualquer caso, a proceder à revisão dos nossos princípios éticos. Já aconteceu quando adoptámos o critério da "morte cerebral" para decidir quando alguém está morto, aconteceu quando aceitámos o aborto, e acontece hoje quando decidimos que podemos desligar a máquina que mantém viva uma pessoa em estado vegetativo. É melhor que tenhamos um espírito aberto sobre estas coisas e que discutamos o que estamos a fazer e porquê. A longo prazo, isso será menos perigoso do que qualquer alternativa que consigo entrever.
Todavia, as pessoas religiosas encaram o aborto e a eutanásia quase como o mal absoluto. Pensam que ao tentar pensar nestas matérias no exterior de um contexto religioso estamos condenados a chegar a conclusões erradas.
Sim, e se elas pudessem demonstrar que Deus existe, ou até fornecer indícios persuasivos a favor da sua existência, da autoridade das Escrituras ou do Papa, ou de seja o que for em que acreditam, então teriam obviamente de ser levados a sério. Mas elas não conseguem fazer nada disso; por isso por que razão deveremos aceitar as suas ideias?
As suas ideias éticas baseiam-se no "princípio da universalizabilidade". Pode explicar-nos o que é esse princípio e como pode ele mudar o modo como agimos e pensamos relativamente a questões como os direitos dos animais, a ajuda aos países pobres e o problema dos refugiados?
A universalizabilidade é como a "Regra de Ouro". Quando adoptamos uma postura moral devemos considerar as questões do ponto de vista de todos os que serão afectados. Isto significa que temos de nos colocar imaginariamente na posição deles, assim como na nossa, e de decidir o que fazer depois de dar tanto peso às suas preferências como o que damos às nossas. Se fizéssemos isto relativamente às pessoas mais pobres que vivem nos países menos desenvolvidos, veríamos que gastamos dinheiro em luxos, como refeições em restaurantes caros, que poderiam fazer uma grande diferença nas vidas dos pobres do mundo. Se déssemos aos interesses destes pobres o mesmo peso que damos aos nossos, como devíamos fazer, daríamos esse dinheiro a organizações que ajudam essas pessoas a superar a sua pobreza e a tornarem-se auto-suficientes.
Analogamente, receberíamos mais refugiados, pois compreenderíamos a enorme diferença que isso faria na vida deles e quão pequeno seria o impacte nas nossas vidas.
Por último, não é fácil colocarmo-nos na posição dos animais, mas devemos tentar fazê-lo. O facto de os animais não serem membros da nossa espécie não pode justificar o nosso desrespeito pelos seus interesses — tal como não podemos justificar o desrespeito pelos interesses de outros seres humanos com base no facto de não pertencerem à nossa nação ou raça. Quando nos colocamos efectivamente no lugar dos animais vemos que os interesses que a exploração pecuária intensiva serve — obrigando-a, por exemplo, a produzir carne de porco criando estes animais em jaulas tão estreitas que eles nem se podem voltar — não pode justificar o sofrimento dos porcos. Para nós, a preferência por carne de porco é apenas um prazer do palato — uma preferência por carne em detrimento da culinária vegetariana. Mas para os porcos representa uma vida de miséria, tédio e privação. Isto é algo que não se pode defender de um ponto de vista que tome em consideração os interesses dos animais, como deveríamos fazer.
Mas algumas pessoas encaram a sua abordagem da ética como "um mero cálculo de interesses" e não como uma verdadeira reflexão ética.
Por que razão não é um cálculo de interesses uma "verdadeira reflexão ética"?
Porque do seu ponto de vista a ética não deve ser cultivada pelo seu valor, mas apenas porque é para nós melhor cultivar a ética.
É melhor não apenas para "nós" mas para todos os seres que serão afectados pelas nossas acções. O que poderá constituir uma maior razão moral para agir do que isto?
Os seus críticos mais ferozes acusam-no de defender ideias Nazis por não respeitar o direito à vida dos deficientes. Isto é verdade?
É uma acusação absurda. Em primeiro lugar, penso que as pessoas deficientes que queiram continuar a viver têm exactamente o mesmo direito à vida do que qualquer outra pessoa; por isso é falso que eu não respeito o direito à vida dessas pessoas. Em segundo lugar, os meus familiares eram refugiados fugidos aos Nazis e três dos meus avós morreram no Holocausto. O meu objectivo é dar mais autonomia aos pais no que respeita às decisões de vida ou de morte relacionadas com os seus filhos. Gostaria de prevenir o sofrimento desnecessário e não de promover uma ideologia racista e totalitária que constitui a absoluta antítese do que penso.
No livro "Ética Prática" e depois em "How Are We To Live?" apresentou a vida ética como uma alternativa melhor à vacuidade da vida moderna. Será esta perspectiva realmente persuasiva?
Não conseguirei convencer todas as pessoas, mas há muitas delas que me dizem terem achado o livro "How Are We to Live?" inspirador. Por isso, parece que algumas pessoas se identificam com esta perspectiva.
Na "Ética Prática" enfrenta um dos argumentos mais populares contra o aborto: o argumento da potencialidade. Pode apresentar os seus contra-argumentos principais contra este argumento?
Muito brevemente: por que razão deveremos dar valor ao embrião por causa da sua potencialidade para se transformar num ser humano, mas não dar valor ao óvulo e ao esperma, quando estes estão separados mas os consideramos em conjunto, por causa da sua potencialidade para se transformarem num ser humano? A potencialidade é a mesma em ambos os casos. O que há de tão mágico quanto ao facto de o esperma se ter juntado ao óvulo que confere subitamente ao embrião um precioso direito à vida, quando o esperma e o óvulo não tinham esse direito?
Como vê os alimentos transgénicos e a clonagem de seres humanos?
Não estou especialmente preocupado com a clonagem de seres humanos — se tal chegar a acontecer será numa escala muito reduzida e não penso que venha a provocar grande mal. Mas as plantas transgénicas poderão tornar-se catástrofes ambientais, e constituem uma verdadeira preocupação.
Que conselho daria a estudantes portugueses que estão a pensar especializar-se em ética aplicada?
É importante que cada país e cada cultura tenha pessoas que pensam profundamente sobre as questões éticas mais importantes. A ética aplicada é uma maneira de tornar a filosofia relevante para a vida prática. Visto que a área é ainda muito nova em Portugal, oferece oportunidades estimulantes.
Um Sócrates para o século XXI
Desidério Murcho
Peter Singer é um homem perigoso. Como Sócrates, não se inibe de pôr em causa as nossas ideias mais queridas: a ideia de que a vida é sagrada, o especismo, que nos faz excluir os animais da esfera da moral como o racismo excluía os negros, e a ideia de que temos o direito a jantar tranquilamente no Ritz quando há pessoas a morrer de fome que podíamos ajudar com esse dinheiro. Singer doa 1/3 do seu rendimento à ajuda aos famintos do mundo. Não come animais. Esta coerência socrática torna-o incómodo. Claro.
Dá aulas com a polícia à porta, para os manifestantes não o impedirem de leccionar. É acusado de ser Nazi, mas é na verdade um filósofo de esquerda, que luta incansavelmente em prol da liberdade e da igualdade. Foi impedido de falar na Alemanha e na Áustria. É autor de uma vasta bibliografia filosófica na área da ética aplicada. Publicam-se agora em Portugal pela primeira vez duas obras clássicas do autor: a Ética Prática, na Gradiva, e a Libertação Animal, na Via Optima. Esteve em Lisboa em Junho de 2000, para proferir uma conferência.
Para as pessoas que encaram a filosofia como uma actividade completamente apartada da vida quotidiana, a expressão "ética aplicada" parece uma contradição. Pode dizer-nos o que é a ética aplicada e como encara a filosofia?
A filosofia é o estudo daquelas questões últimas, sobre a natureza do mundo e como devemos agir, para as quais não há qualquer método científico para encontrar respostas. A ética é o ramo da filosofia que se dedica a questões sobre valores, juízos morais e como devemos conduzir a nossa vida. Apesar de parte da discussão destas matérias ser conduzida a um nível bastante abstracto, no que diz respeito à natureza do juízo moral e no que diz respeito a teorias gerais que possam guiar a nossa conduta, é também possível aplicar estas teorias a questões mais práticas, com as quais nos confrontamos realmente nas nossas vidas quotidianas. É isto a ética aplicada.
Significa isto que a ética aplicada é de algum modo uma investigação empírica?
A ética aplicada só pode ser estudada possuindo um conhecimento adequado dos factos relevantes; por isso, tem de se apoiar na investigação empírica e por vezes os próprios especialistas em ética aplicada podem conduzir uma investigação empírica considerável (como eu fiz quando, para o meu livro "Libertação Animal", investiguei as condições de vida dos animais criados em quintas, por exemplo). Mas a ética aplicada não é em si uma investigação empírica.
O seu trabalho na ética aplicada foi crucial para estabelecer a respeitabilidade académica desta área. Como encara o desenvolvimento da ética aplicada desde que começou a trabalhar na área?
Estou muito contente com o seu desenvolvimento. Virtualmente todos os departamentos de filosofia do mundo de língua inglesa, e mesmo de outros países — por exemplo, Alemanha, Itália, Dinamarca, Suécia, Israel, Japão, Hong Kong, Singapura e outros — ensinam agora ética aplicada. A disciplina é bem recebida pelos estudantes. Além disso, há uma bibliografia académica enorme na área, que conta com um elevado número de livros e revistas, coisa que não existia há 30 anos, quando eu era estudante.
Para algumas pessoas, as suas conclusões não são persuasivas, apesar de serem incapazes de contra-argumentar. Num certo sentido, sentem que o que se estabelece recorrendo à argumentação racional deixa muita coisa de fora. Como reage a esta posição?
Em primeiro lugar, deixe-me dizer que apesar de eu pensar que a argumentação racional é essencial para justificar as nossas decisões, não me inclino nada a ignorar as emoções. As emoções são muito importantes e têm de ser levadas em conta por qualquer teoria adequada de como devemos agir. A própria teoria não seria racional se ignorasse uma parte tão central das nossas vidas. À parte isso, penso que o ónus da prova pertence às pessoas a que se refere; serão elas que terão de dizer o que está errado no que defendo. Como poderemos decidir de outra maneira?
Elas dirão provavelmente que as escolhas éticas têm de se guiar não pela razão e pela argumentação, mas pela emoção e pelos sentimentos religiosos. Elas pensam que a argumentação e a razão não é suficiente para estabelecer práticas éticas.
Mas a emoção também não. Acho que foi Goering que disse o seguinte, a alguém que lhe apresentou um contra-argumento: "Eu penso com o meu sangue". Se rejeitamos a razão, as emoções de Goering tornam-se irrefutáveis.
No livro "Rethinking Life and Death" procura mostrar que os princípios éticos que herdámos estão desajustados do mundo real, em parte devido a desenvolvimentos tecnológicos que conseguem manter as pessoas em coma durante anos, por exemplo. Mas não será que uma revisão dos nossos princípios éticos é algo de perigoso e que devemos recear?
Nós estamos, em qualquer caso, a proceder à revisão dos nossos princípios éticos. Já aconteceu quando adoptámos o critério da "morte cerebral" para decidir quando alguém está morto, aconteceu quando aceitámos o aborto, e acontece hoje quando decidimos que podemos desligar a máquina que mantém viva uma pessoa em estado vegetativo. É melhor que tenhamos um espírito aberto sobre estas coisas e que discutamos o que estamos a fazer e porquê. A longo prazo, isso será menos perigoso do que qualquer alternativa que consigo entrever.
Todavia, as pessoas religiosas encaram o aborto e a eutanásia quase como o mal absoluto. Pensam que ao tentar pensar nestas matérias no exterior de um contexto religioso estamos condenados a chegar a conclusões erradas.
Sim, e se elas pudessem demonstrar que Deus existe, ou até fornecer indícios persuasivos a favor da sua existência, da autoridade das Escrituras ou do Papa, ou de seja o que for em que acreditam, então teriam obviamente de ser levados a sério. Mas elas não conseguem fazer nada disso; por isso por que razão deveremos aceitar as suas ideias?
As suas ideias éticas baseiam-se no "princípio da universalizabilidade". Pode explicar-nos o que é esse princípio e como pode ele mudar o modo como agimos e pensamos relativamente a questões como os direitos dos animais, a ajuda aos países pobres e o problema dos refugiados?
A universalizabilidade é como a "Regra de Ouro". Quando adoptamos uma postura moral devemos considerar as questões do ponto de vista de todos os que serão afectados. Isto significa que temos de nos colocar imaginariamente na posição deles, assim como na nossa, e de decidir o que fazer depois de dar tanto peso às suas preferências como o que damos às nossas. Se fizéssemos isto relativamente às pessoas mais pobres que vivem nos países menos desenvolvidos, veríamos que gastamos dinheiro em luxos, como refeições em restaurantes caros, que poderiam fazer uma grande diferença nas vidas dos pobres do mundo. Se déssemos aos interesses destes pobres o mesmo peso que damos aos nossos, como devíamos fazer, daríamos esse dinheiro a organizações que ajudam essas pessoas a superar a sua pobreza e a tornarem-se auto-suficientes.
Analogamente, receberíamos mais refugiados, pois compreenderíamos a enorme diferença que isso faria na vida deles e quão pequeno seria o impacte nas nossas vidas.
Por último, não é fácil colocarmo-nos na posição dos animais, mas devemos tentar fazê-lo. O facto de os animais não serem membros da nossa espécie não pode justificar o nosso desrespeito pelos seus interesses — tal como não podemos justificar o desrespeito pelos interesses de outros seres humanos com base no facto de não pertencerem à nossa nação ou raça. Quando nos colocamos efectivamente no lugar dos animais vemos que os interesses que a exploração pecuária intensiva serve — obrigando-a, por exemplo, a produzir carne de porco criando estes animais em jaulas tão estreitas que eles nem se podem voltar — não pode justificar o sofrimento dos porcos. Para nós, a preferência por carne de porco é apenas um prazer do palato — uma preferência por carne em detrimento da culinária vegetariana. Mas para os porcos representa uma vida de miséria, tédio e privação. Isto é algo que não se pode defender de um ponto de vista que tome em consideração os interesses dos animais, como deveríamos fazer.
Mas algumas pessoas encaram a sua abordagem da ética como "um mero cálculo de interesses" e não como uma verdadeira reflexão ética.
Por que razão não é um cálculo de interesses uma "verdadeira reflexão ética"?
Porque do seu ponto de vista a ética não deve ser cultivada pelo seu valor, mas apenas porque é para nós melhor cultivar a ética.
É melhor não apenas para "nós" mas para todos os seres que serão afectados pelas nossas acções. O que poderá constituir uma maior razão moral para agir do que isto?
Os seus críticos mais ferozes acusam-no de defender ideias Nazis por não respeitar o direito à vida dos deficientes. Isto é verdade?
É uma acusação absurda. Em primeiro lugar, penso que as pessoas deficientes que queiram continuar a viver têm exactamente o mesmo direito à vida do que qualquer outra pessoa; por isso é falso que eu não respeito o direito à vida dessas pessoas. Em segundo lugar, os meus familiares eram refugiados fugidos aos Nazis e três dos meus avós morreram no Holocausto. O meu objectivo é dar mais autonomia aos pais no que respeita às decisões de vida ou de morte relacionadas com os seus filhos. Gostaria de prevenir o sofrimento desnecessário e não de promover uma ideologia racista e totalitária que constitui a absoluta antítese do que penso.
No livro "Ética Prática" e depois em "How Are We To Live?" apresentou a vida ética como uma alternativa melhor à vacuidade da vida moderna. Será esta perspectiva realmente persuasiva?
Não conseguirei convencer todas as pessoas, mas há muitas delas que me dizem terem achado o livro "How Are We to Live?" inspirador. Por isso, parece que algumas pessoas se identificam com esta perspectiva.
Na "Ética Prática" enfrenta um dos argumentos mais populares contra o aborto: o argumento da potencialidade. Pode apresentar os seus contra-argumentos principais contra este argumento?
Muito brevemente: por que razão deveremos dar valor ao embrião por causa da sua potencialidade para se transformar num ser humano, mas não dar valor ao óvulo e ao esperma, quando estes estão separados mas os consideramos em conjunto, por causa da sua potencialidade para se transformarem num ser humano? A potencialidade é a mesma em ambos os casos. O que há de tão mágico quanto ao facto de o esperma se ter juntado ao óvulo que confere subitamente ao embrião um precioso direito à vida, quando o esperma e o óvulo não tinham esse direito?
Como vê os alimentos transgénicos e a clonagem de seres humanos?
Não estou especialmente preocupado com a clonagem de seres humanos — se tal chegar a acontecer será numa escala muito reduzida e não penso que venha a provocar grande mal. Mas as plantas transgénicas poderão tornar-se catástrofes ambientais, e constituem uma verdadeira preocupação.
Que conselho daria a estudantes portugueses que estão a pensar especializar-se em ética aplicada?
É importante que cada país e cada cultura tenha pessoas que pensam profundamente sobre as questões éticas mais importantes. A ética aplicada é uma maneira de tornar a filosofia relevante para a vida prática. Visto que a área é ainda muito nova em Portugal, oferece oportunidades estimulantes.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Peter Singer
Peter Singer
Biografia de Peter Singer
Peter Singer é um dos mais importantes especialistas em ética aplicada, área para cuja revitalização contribuiu decisivamente. Ensinou nas universidades de Oxford, Nova Iorque e Monash, sendo actualmente Professor Catedrático na Universidade de Princeton. Da sua obra destacam-se Marx (1980), Hegel (1983), Libertação Animal (1975; trad. port. 2000), Rethinking Life and Death (1994) e Ethics into Action (1998). É co-autor das obras The Reproduction Revolution (1984), Should the Baby Live? (1985), Embryo Experimentation (1990) e The Great Ape Project (1995). Redigiu o artigo sobre ética da actual edição da Encyclopaedia Britannica e organizou os volumes Applied Ethics (1986), A Companion to Ethics (1991) e Ethics (1994). Deu ainda origem à obra Singer and His Critics (1999), organizada por Dale Jamieson. Em 1992 foi eleito Presidente Fundador da Associação Internacional de Bioética, foi o primeiro Director do Centro de Bioética da Universidade de Monash e é co-director da revista internacional Bioethics. Encontrou ainda tempo para escrever Ética Prática, uma brilhante introdução à ética aplicada, e uma obra de divulgação admirável: How are We to Live? (1995).
Ética pratica de Peter Singer
Ao longo da história da humanidade os animais têm sido utilizados para muitos fins como a alimentação, teste a vários produtos cosméticos e farmacêuticos, para a satisfação humana em espectáculos e para vestuário. Isto não é motivo de orgulho pois tratamo-los com desprezo e como meras coisas ao nosso dispor.
É suposto serem os melhores amigos do Homem, mas muitas vezes não são tratados como tal. Diariamente os animais são espancados, atirados de pontes, afogados, queimados, mutilados para rituais satânicos e até violados.
Partilhamos o planeta com os outros animais e as nossas acções têm um enorme impacto na vida destes seres. Com um pequeno esforço da nossa parte podemos poupar o sofrimento à muitos animais.
Em qualquer lugar do mundo estão animais a sofrer neste momento, muitas vezes em silêncio e nós podemos, devemos fazer alguma coisa para o impedir. É altura de fazer passar a “lei do mais” forte à história e basearmos as nossas acções na ética e na justiça.
Respeitar os animais significa não os sujeitar a sofrimento desnecessário; significa deixá-los viver de acordo com as suas necessidades e os seus instintos naturais.
Especismo
“Os animais não têm consciência de si e existem apenas como meio para um fim. Esse fim é o Homem.”
Kant
Desenvolveu-se na humanidade uma ideia de espécie superior, sendo o Homem como ser pensante, falante o superior e por esse motivo oprimimos os animais por não pertencerem à mesma espécie. O problema é que eles, como nós, sentem, sofrem e se o nosso sofrimento é digno de consideração moral (Declaração Universal dos Direitos Humanos) por que não o dos animais ser de maneira igual?
Peter Singer, filosofo do século XXI, apresenta uma teoria onde defende que os animais têm, tal como os seres humanos, o direito de não sofrer. Diz que não devemos fazer aos animais aquilo que não queremos que nos façam a nós. Singer defende a igualdade de direito entre humanos e animais e denuncia o especismo – julgamos por os animais não serem humanos são inferiores.
Tom Regan foi igualmente importante neste assunto. Regan diz que temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos-de-uma-vida, independentemente do valor que possamos atribuir a esse ser. Os animais não humanos têm direitos, logo têm de ser respeitados. Regan defende também uma ética inter específica onde se reconheça a pertença de grande parte das espécies animais a uma mesma comunidade moral, ou seja, que existem indivíduos que não são agentes morais pois não cumprem os requisitos, como as crianças e deficientes, são pacientes morais e neste grupo devessem incluir os animais.
Singer e Regan foram dois filósofos importantes neste assunto; não se limitaram a dizer que devíamos ter pena dos animais mas que temos obrigações morais a seu respeito, que temos de ter em conta o conceito de igualdade e que este deve ser aplicado a todos os seres com interesses, que são capazes de experimentar prazer e dor. O sofrimento é condição necessária para ter interesses.
Julgar que a nossa vida e interesses têm maior valor por sermos de raça humana, é moralmente errado, é especismo.
Os animais não têm muitas capacidades mas muitos seres humanos também não e mesmo assim não dizemos que têm menor valor, menos direito. Os animais têm valor interno, são sujeitos-de-uma-vida com experiências. Eles são tratados rotineira e sistematicamente como se o seu valor fosse reduzido, são um dos nossos recursos renováveis.
“ É possível que um dia se reconheça que o número de pernas, viscosidade da pele ou terminação do osso sacrum são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser sensível ao mesmo destino.”
Benthem
Sofrimento
O ser vivo apenas deve temer uma coisa: o sofrimento, a dor. Então por que praticar a violência e maus-tratos nos outros se isso causa sofrimento? Os animais também sentem, também sofrem.
Jardins Zoológicos
Muitas famílias visitam zoos mas esquecem-se que estes não são mais do que meros espaços de aprisionamento e sofrimento animal.
Como centros de recuperação, os zoos não são a melhor escolha, pois ficam sempre localizados dentro dos grandes centros populacionais. O seu papel nesta mesma recuperação é bastante questionável pois com o aparecimento dos zoos muitas espécies entraram em perigo de extinção devido à caça excessiva precisamente para poderem estar enjaulados e serem aí objectos de museu.
Os zoos são um negócio e não oferecem nenhum tipo de pedagogia sobre os animais em exposição, pois os seus comportamentos são tudo menos naturais. Uma maneira autêntica de recuperar e preservar animais é com a criação de santuários sem fins lucrativos, com o acesso proibido ao público e situados nos habitats naturais donde os animais provêm. Só assim se pode desenvolver um trabalho eficaz de recuperação.
Touradas
A manipulação começa na criação dos touros; a reprodução é monitorizada para que sejam preferidos os animais mais lentos, simples e previsíveis. Mais tarde, quando vão ser utilizados em touradas, os cornos dos animais são cortados, o que implica que fiquem sem uma das suas principais defesas o que cria dor e castração psicológica.
A tortura por que os touros passam não começa nem acaba na arena. Antes do espectáculo são, muitas vezes, administradas drogas hipnóticas, tranquilizantes e substâncias paralisadoras. Na arena são utilizados vários utensílios como espadas e punhais que perfuram a carne do touro causando a sua morte. E não são os touros os únicos animais a sofrer nas arenas, os cavalos utilizados nos espectáculos sofrem inúmeros ferimentos.
Rodeios
Os rodeios dividem-se em várias categorias, desde laçadas de bezerros, montadas de cavalos, montadas e lutas a pé com bois, até mesmo largadas de bois perseguidos por cães de “combate”.
A natureza destas actividades é extremamente violenta e agressiva e os animais sofrem muitas vezes lesões gravíssimas. Para ficarem agitados os animais são estimulados com varas eléctricas, esbofeteados e pontapeados. Tudo isto faz com que o animal salte de dor.
Antes e depois dos rodeios a vida destes animais é um verdadeiro tormento. São forçados a aguentar viagens constantes em condições antinaturais. Os compartimentos são sempre mal ventilados e a alimentação não é regular.
Os rodeios são espectáculos cobardes e cruéis, tal como as touradas, e estão ligados à indústria alimentar gerando sofrimento, tortura e profundo desrespeito pelo direito à vida animal.
Luta de cães
As lutas de cães são eventos bárbaros que revelam mais uma faceta do ser humano violento, cruel e insensível. Os combates são levados ao extremo da resistência dos animais e terminam quase sempre com a morte de um deles, que é o objectivo do próprio evento.
Estes animais tornam-se autênticas máquinas de matar que não recuam perante qualquer perigo, como seria natural segundo o seu instinto animal de protecção. A procura de um campeão começa nas ninhadas onde são escolhidos apenas aqueles que revelem desde início alguma agressividade, sendo os restantes muitas vezes mortos para evitar gastos excessivos na sua criação.
Corrida de cavalos
A indústria das corridas de cavalos pretende transmitir uma imagem do cavalo de corrida que é amado, no entanto é ocultado os terríveis desafios por que os cavalos são obrigados a passar, a dureza dos treinos, as exigências.
A forma e estrutura do corpo atravessam diversas mudanças e os cavalos morrem devido a pernas partidas, coluna partida, pescoço e pélvis partidos, ferimentos fatais na espinal-medula, exaustão, ataque cardíaco e rebentamento de vasos sanguíneos nos pulmões. Eles não têm escolha, são obrigados a participar nas corridas e sofrem constante agressão por parte do jóquei.
Caça
O Homem é o único animal que mata por prazer e sem que essa pratica seja moralmente condenada.
Desde os princípios da humanidade que o homem caça para sobreviver mas antigamente isso era feito de uma maneira que honrava as características do animal pois o homem podia incluir-se na cadeia alimentar, ou seja, podia igualmente perder a vida.
Nos nossos dias, o homem não caça; o homem mata e fá-lo sem o mínimo respeito pelos animais, usa-os como simples treino de pontaria ou como forma de obter uma boa foto ao lado dos seus despojos, para assim dar aos amigos uma ideia da sua superioridade e valentia. É por puro egoísmo e covardia.
A pesca desportiva é igualmente cruel pois os peixes são tratados de forma chocante. Assim que mordem o anzol, a boca dos peixes é perfurada, depois é removido com o peixe ainda vivo e por último o animal é largado para morrer asfixiado. Apesar de não emitirem gemidos nem exprimirem tão claramente o seu sofrimento através de expressões faciais, os peixes possuem o mesmo tipo de terminações nervosas e o mesmo tipo de moléculas transmissoras e bloqueadoras de dor.
Experimentação animal
O Homem deve sempre um espírito curioso o que levou à vontade de descobrir coisas acerca do mundo vivo no qual habita tendo como objecto de experimentação animais vivos.
Testa produtos cosméticos, de higiene, produtos alimentares, medicamentos, desinfectantes, em animais. Testa na esperança de encontrar a cura para o cancro, diabetes, o HIV…mas os resultados continuam sem aparecer. Isto todo por que o corpo humano pode ter parecenças a nível estrutural e orgânico, mas a nível celular, genético e bioquímico a diferença é grande e perfeitamente conhecida. Então, por que continuar a procurar a curar do cancro em ratos? Se se propuséssemos a testar em voluntários humanos teríamos provavelmente melhores resultados.
Existem métodos eficazes de testar a nível de cultura de células e órgãos in vitro, fazer estudos em cadáveres humanos, simulações computacionais e estudos epidemiológicos nas populações. No entanto, estes ou são caros ou desapropriados para elaborar extensos relatórios que justificam investimentos e carreiras.
Algumas experimentações permitiram conceber vacinas que salvaram muitas vidas humanas, mas outras consistiram simplesmente para verificar a cor de um bâton ou de cremes de beleza que custaram mais de 200 milhões de sacrifícios.
Peles
A caça com armadilhas é um dos métodos de captura de animais com a finalidade de aproveitar a sua pele e pêlo. Os animais passam dias, semanas em agonia antes de finalmente morrerem e muitos chegam a roer os seus próprios membros na tentativa de se salvarem, de escapar. Muitos são apanhados em vão pois não servem para a respectiva indústria.
Outro dos métodos utilizados pela indústria das peles é a criação de animais em cativeiro onde os animais sofrem de perturbações comportamentais, como movimentos repetitivos e constante abanar de cabeças. Eles são mantidos em jaulas de arame, expostos à chuva, ao frio ou ao calor. Muitas das vezes as próprias mães chegam a matar as suas crias numa tentativa de as proteger ou simplesmente por que já nem têm consciência devido ao quão perturbadas se encontrarem.
Vegetarianismo
A forma mais directa de contacto com membros de outras espécies é à hora das refeições quando os comemos. Por que não modificar os nossos hábitos alimentares?
Não há qualquer desculpa para uma pessoa que se considere um ser humano ético, um “amigo dos animais”, e que suporte este tipo de práticas onde se transformam animais em produtos alimentares. Sempre que o Homem se senta para comer toma uma decisão sobre quem é no mundo. O vegetarianismo é uma área onde todos e cada um de nós pode fazer a diferença de cada vez que se senta para comer.
É fácil manter um estilo de vida saudável e isento de crueldade. Permitindo ao ser humano caminhar por um caminho de paz, harmonia e equilíbrio consigo e com o meio que o rodeia.
O Vegetarianismo é muito para além de uma mera questão de dieta, é uma forma de bem estar com a vida excluindo todas as formas de exploração e crueldade contra os outros animais. Os vegetarianos escolhem viver de uma forma menos cruel e caridosa em relação aos outros animais sendo totalmente contra a sua morte ou qualquer tipo de exploração animal.
Polemica
Será o fim do mundo em 2012 e os Maias estarão certos?
O mundo vai acabar no dia 21 de dezembro de 2012! Esta data foi estabelecida no calendário Maia, um calendário que principia a contagem do tempo em 11 de agosto do ano 3114 a.C., ou seja, antes mesmo das datações arqueológicas desta misteriosa civilização. De acordo com aquelas datações, os Maias floresceram entre 1800 a.C. e 1450 d.C. em um vasto território que inclui regiões da América Central e América do Sul, onde as ruínas de suas cidades e pirâmides monumentais resistem ao tempo. Os Maias são reconhecidos por seu avançado conhecimento de astronomia e pela precisão de seus diferentes calendários, como o calendário anual, solar, com 365 dias, chamado Haab. Outro destes calendários, o de 'Longa Contagem', foi desenvolvido para computar extensos períodos de tempo ou ciclos, de 5.125 anos.
Foi com base naquele calendário dos longos ciclos que se estabeleceu a tradição da profecia Maia do fim dos tempos. Os astrônomos desta singular cultura pré-colombiana previram para 2012 atividades cósmicas impactantes para o planeta Terra. Quando chegar esta época, o Sol deverá sofrer violentas tempestades emitindo poderosas chamas e partículas cuja potência alcançará este planeta azul causando o colapso de campos magnéticos que certamente produzirão danos nos satélites e outros dispositivos eletrônicos.
Esta violenta atividade solar é confirmada por astrofísicos, incluindo os da NASA que, não obstante, negam que tal acontecimento possa significar algum tipo de fim do mundo. Segundo os cientistas, as tempestades solares intensas que, de fato, são periódicas, estão previstas para acontecer entre 2011 e 2012. Outros estudiosos, porém, acreditam que a atividade solar, em 2012, também vai provocar uma mudança significativa na inclinação do eixo da Terra produzindo, em conseqüência, atividades geológicas de proporções catastróficas, o que justificaria a idéia de um fim dos tempos.
Os Maias acreditavam que Deus ou Hunabku, habita o centro da Via Láctea. Ali, ele governa o destino dos mundos através da emissão de uma energia radiante, que alcança a Terra através do Sol. O Sol, portanto, seria o grande mediador entre Deus e o planeta Terra. A energia radiante é portadora de informações que determinam a evolução cíclica da Humanidade bem como de toda a Natureza terrena. O declínio da civilização Maia, mistério para arqueólogos, teria sido produto do final de um destes destes ciclos. As radiações transformadoras atuariam não somente no plano físico, mas também, no plano espiritual, das idéias.
O antropólogo Carlos Barrios de Guatemala, depois de entrevistar 600 anciões maias, investigando a profecia, concluiu que as atividades solares previstas para 2012 não implicam um fim de mundo, mas será uma transformação que já está em curso e tende a se acelerar . De fato, quando se fala em Fim do Mundo, muitos imaginam um evento súbito, algo que acontece do dia para a noite. Todavia, a transformação de meio-ambiente e da Humanidade deve ser um processo gradual, que tal como no Apocalipse bíblico, ocorre de forma a sucessão de eventos, que podem ser interpretados, seja pelos místicos ou pelos cientistas, como "sinais".
O antropólogo Carlos Barrios de Guatemala, depois de entrevistar 600 anciões maias, investigando a profecia, concluiu que as atividades solares previstas para 2012 não implicam um fim de mundo, mas será uma transformação que já está em curso e tende a se acelerar . De fato, quando se fala em Fim do Mundo, muitos imaginam um evento súbito, algo que acontece do dia para a noite. Todavia, a transformação de meio-ambiente e da Humanidade deve ser um processo gradual, que tal como no Apocalipse bíblico, ocorre de forma a sucessão de eventos, que podem ser interpretados, seja pelos místicos ou pelos cientistas, como "sinais".
O jornalista e crítico de arte Alberto Beuttenmüller, autor do livro A Serpente Emplumada, triologia dedicada às profecias maias, entende que a profecia maia já está em curso desde 1988 e que chegará ao ápice em 2013. Maurice M. Cotterell, um dos autores de outro livro sobre o assunto, "As Profecias Maias", destaca as coincidências entre o apogeu e o declínio das civilizações e as variações na atividade das manchas solares. Entre as mudanças notáveis que caracterizam o começo e o fim dos ciclos de apogeu e decadência, estão as mutações genéticas, alterações climáticas significativas, fenômenos geológicos, como terremotos, maremotos e erupções vulcânicas.
No site Anjo de Luz, ao que tudo indica, inspirado na corrente mística dos Mestres Ascencionados, sete profecias maias estão relacionadas:
1. A primeira profecia fixa o ano de 1999 para o início de um confronto da Humanidade com suas próprias realizações e da necessidade de uma reavaliação individual do comportamento, com ênfase na crítica ao materialismo, egoísmo, corrupção e extrema ignorância, fontes de destruição dos recursos naturais e proliferação das mazelas humanas, como a miséria em todos os seus aspectos.
2. A segunda profecia, fala do eclipse solar de 11 de agosto de 1999: "A sombra que a lua projetou sobre a terra atravessou a Europa, passando por Kosovo, depois pelo Oriente Médio , Irã, Iraque e posteriormente dirigindo-se ao Paquistão e a Índia. Com a sua sombra ela parecia prever uma área de conflitos e guerras" (Anjo de Luz Website).
3. Esta profecia enfatiza as mudanças climáticas e a parte de responsabilidade que cabe à humanidade neste processo. Fala do desflorestamento, da poluição, da degradação ambiental, do efeito estufa, aquecimento global e sério comprometimento das reservas de água potável. Em conseqüência, são previstas a fome, a seca, o aparecimento de novas doenças, retorno de doenças que pareciam controladas ou extintas e a morte das comunidades mais expostas a estes prejuízos, ou seja, os pobres. Esta profecia combina com as visões de numerosos profetas históricos...
4. A quarta profecia, ainda referindo-se ao aquecimento global, fala da diminuição das calotas polares e conseqüente elevação do nível dos oceanos causando inundações das faixas litorâneas: "Estudos realizados pela Universidade de Colorado concluem que as geleiras e picos nevados de todo o mundo estão diminuindo seu volume notavelmente, como resultado do aumento geral da temperatura do planeta. O maior pico nevado na África, o monte Kenia, perdeu 92% de sua massa, os picos nevados do monte Quilimanjaro sofreram redução de 73%, na Espanha e em 1980 havia 27 picos nevados, esse número foi reduzido para 13. Nos Alpes europeus e no Cáucaso na Rússia diminuíram 50%". Na Antártida a situação é ainda mais grave, o pico está se derretendo a partir do centro e não a partir das bordas. É sabido que quando um lago gelado começa a derreter, ele sempre o faz a partir de seu centro. A temperatura na Antártida aumentou 2,5°C nos últimos 25 anos e está aparecendo vegetação em locais onde antes não havia nada mais do que gelo (Anjo de Luz Website). Aqui não se pode deixar de destacar que o ressurgimento de terras verdes na Antártida também foi previsto pelo vidente norte-americano Edgar Cayce: "A Terra se partirá na parte oeste da América e uma grande parte do Japão deverá afundar no mar. A parte superior da Europa se transformará em um piscar de olhos. Uma nova terra aparecerá e poderá ser vista da costa leste americana. Movimentos se verificarão no Ártico e na Antártida que provocarão erupções vulcânicas nas regiões tórridas e, em seguida, um deslocamento dos pólos, de maneira que as regiões frias, temperadas e semi-tropicais se tornarão mais quentes, onde crescerão musgos e fetos" (Área 51).
5. A quinta profecia refere-se a uma profunda crise econômica mundial, ao delírio do consumo, às ilusões do sistema financeiro que fazem a riqueza real ser substituída pela riqueza virtual, dos cartões de crédito que tornam as pessoas inadimplentes gerando problemas de ansiedade e depressão, da fragilidade das transações financeiras baseadas em uma rede mundial de computadores sujeita à um colapso total, posto que depende de uma rede de satélites e de produção de energia, estrutura frágil que pode ser abalada ou destruída por um simples evento de natureza cósmica.
6. A sexta profecia anuncia a passagem de um cometa, outro ponto onde muitos profetas concordam, incluindo o apóstolo João o profeta Apocalipse bíblico, onde é chamado Absinto. Para os Maias, é o cometa Ajenjo.
7. A sétima profecia prevê mudanças genéticas no organismo humano com o desenvolvimento de faculdades extra-sensoriais, como a telepatia, não apenas no sentido de transmitir o pensamento, mas, sobretudo a capacidade de ler o pensamento alheio, extinguindo atitudes hipócritas, ou seja, o fim da mentira; o desenvolvimento da capacidade auto-cura, extinguindo, assim, o sofrimento causado pelas doenças. Essas novas capacidades deverão beneficiar aqueles que sobreviverem aos cataclismos anteriores, marcando o fim das desgraças do fim deste mundo inaugurando assim, um novo mundo, devidamente purificado, adequado para ser a morada de uma raça humana superior a atual.
Estas sete profecias maias estão em plena concordância com outras teorias relativas ao Fim dos Tempos, mais especificamente, ao fim deste tempo, desta Humanidade, que tendo atingido um alto grau de progresso material e, não obstante, tendo mergulhando em uma profunda degradação espiritual, deverá passar pelo processo cíclico de purificação, de separação do joio, do trigo.
Agora pergunto a vocês: "Será mesmo o fim do mundo em 2012? Parte da população sobreviverá? Ou conseguiremos, devido a nossa inteligência e tecnologia, análise da nossa história passada e conhecimento, fazer algumas mudanças a tempo de salvar nosso mundo?
Agora pergunto a vocês: "Será mesmo o fim do mundo em 2012? Parte da população sobreviverá? Ou conseguiremos, devido a nossa inteligência e tecnologia, análise da nossa história passada e conhecimento, fazer algumas mudanças a tempo de salvar nosso mundo?
Kant
Biografia de Kant
Immanuel Kant ou Emanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.
Depois de um longo período como professor secundário de geografia, começou em 1755 a carreira universitária ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc.
Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o Racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).
Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.
Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.
Immanuel Kant ou Emanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.
Depois de um longo período como professor secundário de geografia, começou em 1755 a carreira universitária ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc.
Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o Racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).
Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.
Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.
A ética de Kant
Como muitos outros filósofos, Kant pensava que a moralidade pode resumir-se num princípio
fundamental, a partir do qual se derivam todos os nossos deveres e obrigações. Chamou a este
princípio «imperativo categórico». Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) exprimiuo
desta forma: Age apenas segundo aquela máxima que possas ao mesmo tempo desejar que se
torne lei universal. No entanto, Kant deu igualmente outra formulação do imperativo categórico. Mais
adiante, na mesma obra, afirmou que se pode considerar que o princípio moral essencial afirma o
seguinte: Age de tal forma que trates a humanidade, na tua pessoa ou na pessoa de outrem, sempre
como um fim e nunca apenas como um meio. Os estudiosos têm-se perguntado desde então por
que razão pensava Kant que estas duas regras são equivalentes. Parecem exprimir concepções
morais diferentes. Serão como Kant pensava aparentemente, duas versões da mesma idéia básica,
ou são simplesmente idéias diferentes? Não nos vamos deter nesta questão. Vamos, em vez disso,
concentrar-nos na crença de Kant de que a moralidade exige que tratemos as pessoas «sempre
como um fim e nunca apenas como um meio». O que significa exatamente isto, e que razão há para
pensar que é verdade?
Quando Kant afirmou que o valor dos seres humanos «está acima de qualquer preço» não tinha em
mente apenas um efeito retórico, mas sim um juízo objetivo sobre o lugar dos seres humanos na
ordem das coisas. Há dois fatos importantes sobre as pessoas que apóiam, do seu ponto de vista,
este juízo.
Primeiro, uma vez que as pessoas têm desejos e objetivos, as outras coisas têm valor para elas em
relação aos seus projetos. As meras «coisas» (e isto inclui os animais que não são humanos,
considerados por Kant incapazes de desejos e objetivos conscientes) têm valor apenas como meios
para fins, sendo os fins humanos que lhes dão valor. Assim, se quisermos tornar-nos melhores
jogadores de xadrez, um manual de xadrez terá valor para nós; mas para lá de tais objetivos o livro
não tem valor. Ou, se quisermos viajar, um carro terá valor para nós; mas além de tal desejo o carro
não tem valor.
Segundo, e ainda mais importante, os seres humanos têm «um valor intrínseco, isto é, dignidade»,
porque são agentes racionais, ou seja, agentes livres com capacidade para tomar as suas próprias
decisões, estabelecer os seus próprios objetivos e guiar a sua conduta pela razão. Uma vez que a
lei moral é a lei da razão, os seres racionais são a encarnação da lei moral em si. A única forma de a
bondade moral poder existir é as criaturas racionais apreenderem o que devem fazer e, agindo a
partir de um sentido de dever, fazê-lo. Isto pensava Kant, é a única coisa com «valor moral». Assim,
se não existissem seres racionais a dimensão moral do mundo simplesmente desapareceria.
Não faz sentido, portanto, encarar os seres racionais apenas como um tipo de coisa valiosa entre
outras. Eles são os seres para quem as meras «coisa» têm valor, e são os seres cujas ações
conscientes têm valor moral. Kant conclui, pois, que o seu valor tem de ser absoluto, e não
comparável com o valor de qualquer outra coisa.
Se o seu valor está «acima de qualquer preço», segue-se que os seres racionais têm de ser tratados
«sempre como um fim e nunca apenas como um meio». Isto significa, a um nível muito superficial,
que temos o dever estrito de beneficência relativamente às outras pessoas: temos de lutar para
promover o seu bem-estar; temos de respeitar os seus direitos, evitar fazer-lhes mal, e, em geral,
«empenhar-nos, tanto quanto possível, em promover a realização dos fins dos outros».
Mas a ideia de Kant tem também uma implicação um tanto ou quanto mais profunda. Os seres de
que estamos a falar são racionais, e «tratá-los como fins em si» significa respeitar a sua
racionalidade. Assim, nunca podemos manipular as pessoas, ou usá-las, para alcançar os nossos
objetivos, por melhores que esses objetivos possam ser. A ética de Kant
Como muitos outros filósofos, Kant pensava que a moralidade pode resumir-se num princípio
fundamental, a partir do qual se derivam todos os nossos deveres e obrigações. Chamou a este
princípio «imperativo categórico». Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) exprimiuo
desta forma: Age apenas segundo aquela máxima que possas ao mesmo tempo desejar que se
torne lei universal. No entanto, Kant deu igualmente outra formulação do imperativo categórico. Mais
adiante, na mesma obra, afirmou que se pode considerar que o princípio moral essencial afirma o
seguinte: Age de tal forma que trates a humanidade, na tua pessoa ou na pessoa de outrem, sempre
como um fim e nunca apenas como um meio. Os estudiosos têm-se perguntado desde então por
que razão pensava Kant que estas duas regras são equivalentes. Parecem exprimir concepções
morais diferentes. Serão como Kant pensava aparentemente, duas versões da mesma idéia básica,
ou são simplesmente idéias diferentes? Não nos vamos deter nesta questão. Vamos, em vez disso,
concentrar-nos na crença de Kant de que a moralidade exige que tratemos as pessoas «sempre
como um fim e nunca apenas como um meio». O que significa exatamente isto, e que razão há para
pensar que é verdade?
Quando Kant afirmou que o valor dos seres humanos «está acima de qualquer preço» não tinha em
mente apenas um efeito retórico, mas sim um juízo objetivo sobre o lugar dos seres humanos na
ordem das coisas. Há dois fatos importantes sobre as pessoas que apóiam, do seu ponto de vista,
este juízo.
Primeiro, uma vez que as pessoas têm desejos e objetivos, as outras coisas têm valor para elas em
relação aos seus projetos. As meras «coisas» (e isto inclui os animais que não são humanos,
considerados por Kant incapazes de desejos e objetivos conscientes) têm valor apenas como meios
para fins, sendo os fins humanos que lhes dão valor. Assim, se quisermos tornar-nos melhores
jogadores de xadrez, um manual de xadrez terá valor para nós; mas para lá de tais objetivos o livro
não tem valor. Ou, se quisermos viajar, um carro terá valor para nós; mas além de tal desejo o carro
não tem valor.
Segundo, e ainda mais importante, os seres humanos têm «um valor intrínseco, isto é, dignidade»,
porque são agentes racionais, ou seja, agentes livres com capacidade para tomar as suas próprias
decisões, estabelecer os seus próprios objetivos e guiar a sua conduta pela razão. Uma vez que a
lei moral é a lei da razão, os seres racionais são a encarnação da lei moral em si. A única forma de a
bondade moral poder existir é as criaturas racionais apreenderem o que devem fazer e, agindo a
partir de um sentido de dever, fazê-lo. Isto pensava Kant, é a única coisa com «valor moral». Assim,
se não existissem seres racionais a dimensão moral do mundo simplesmente desapareceria.
Não faz sentido, portanto, encarar os seres racionais apenas como um tipo de coisa valiosa entre
outras. Eles são os seres para quem as meras «coisa» têm valor, e são os seres cujas ações
conscientes têm valor moral. Kant conclui, pois, que o seu valor tem de ser absoluto, e não
comparável com o valor de qualquer outra coisa.
Se o seu valor está «acima de qualquer preço», segue-se que os seres racionais têm de ser tratados
«sempre como um fim e nunca apenas como um meio». Isto significa, a um nível muito superficial,
que temos o dever estrito de beneficência relativamente às outras pessoas: temos de lutar para
promover o seu bem-estar; temos de respeitar os seus direitos, evitar fazer-lhes mal, e, em geral,
«empenhar-nos, tanto quanto possível, em promover a realização dos fins dos outros».
Mas a ideia de Kant tem também uma implicação um tanto ou quanto mais profunda. Os seres de
que estamos a falar são racionais, e «tratá-los como fins em si» significa respeitar a sua
racionalidade. Assim, nunca podemos manipular as pessoas, ou usá-las, para alcançar os nossos
objetivos, por melhores que esses objetivos possam ser.
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